Encarar nossos pontos fracos não é tarefa fácil. Sabemos que existem certas habilidades que adquirimos de forma natural e outras que precisam de um esforço maior.
Quase que jogada para dentro de uma sala de aula, graças a um gestor visionário (e ao qual sou eternamente grata) comecei a treinar pessoas quando tinha 19 anos. Desde então pratiquei o ofício continuamente, sem muita análise e autoavaliação, simplesmente fazendo o que tinha que fazer, ensinar técnicas e compartilhar conhecimentos.
Aos 49 anos, três décadas depois, ainda continuo na “lida”, porém com outro enfoque, outras gerações, outros saberes e, naturalmente, outras necessidades. Já não posso me contentar com conduções desbotadas nem conteúdos recorrentes.
É preciso dar uma nova roupagem para o conhecimento e para o caminho que ele segue, adaptando tudo ao momento atual de transformação contínua. Tecnologia e ser humano são convidados a conviver e sobreviver, crianças trazem na bagagem questionamentos muito além das gerações que as antecedem, adultos já não querem simplesmente envelhecer sem ter encontrado um sentido para suas vidas, jovens não se limitam mais em seus sonhos e não usam dos mesmos recursos de seus antecessores. Suor e lágrimas não é mais o preço que se quer pagar para ter sucesso. Estratégia e propósito é que move os novos profissionais, aqueles que valorizam seu próprio bem estar em primeiro lugar.
Quem treina pessoas, que se dá o privilégio e a prepotência de achar que os pode auxiliar, tanto no conhecimento como na aquisição de habilidades, precisa se reinventar.
A Mirela que antes se permitia falar de qualquer modo ou se vestir de qualquer jeito, que sabia que era ouvida e respeitada, hoje concorre com a informação em qualquer hora e lugar, é testada por pessoas questionadoras e inquietas, é julgada pelo que fala e pelo que vive, concorre com pares no mesmo nível, de nível superior e outros nem tanto, mas concorre!
É preciso trabalhar ainda mais a autoconfiança, o marketing pessoal, a atualização e desenvolvimento constantes, dentre outras ferramentas para estar no páreo de treinadores e palestrantes de peso. E essa é a minha meta, óbvio.
O movimento já começou. Sinto-me honrada e privilegiada por ter comigo parcerias que estão contribuindo neste meu processo. Pessoas que perceberam minha capacidade, mas sobretudo, minha força de vontade. E claro que estas pessoas também são assim. De uma forma ou de outra, os semelhantes se atraem, as energias parecidas sintonizam e, juntos, nos auxiliamos a crescer e transformarmo-nos.
Há uma postura, no entanto, que ajudará a aproveitar melhor estas transformações. É uma qualidade imprescindível, que é a da humildade. Não é fácil engolir nosso orgulho e admitir falhas ou mudanças necessárias. Mas de que adianta ficarmos batendo o pé no nosso comodismo e travar o natural exercício de evoluirmos. A humildade nos torna abertos ao aprendizado, nos preenche de novidades e renova o ar de nossos pulmões e das nossas motivações. É engrandecedor. E para os que nos ajudam, tenho certeza que também se renovam e se motivam. Todos somos um!
Que venha o novo, que honremos o passado, que abençoemos o futuro, e que plantemos boas sementes! Representamos o terreno fértil. Que possamos nos trabalhar para deixar crescer o que há de melhor no ser humano. Vamos lá que sempre há tempo de esperançar dias melhores!